O excelente acolhimento que a candidatura de Edgar Silva à Presidência da República tem sentido de Norte a Sul do País foi confirmado, na quinta-feira, pelos comerciantes e populares de Lamego. Apoiado de forma calorosa, Edgar Silva falou, entre bolos e doces no mercado de Natal, do sonho colectivo de mudança que a sua candidatura representa, do sonho de cumprir Abril que só uma candidatura enraizada no respeito pela Constituição oferece condições de realizar e que a vontade do povo pode fazer perdurar.

Valorizar o Interior

Em seguida, o candidato apoiado pelo PCP dirigiu-se a Campo Benfeito (Castro Daire), onde teve oportunidade de conhecer o Teatro Regional da Serra do Montemuro. Trata-se de uma estrutura cultural consolidada, que há mais de 20 anos luta pela valorização do Interior do País, e cujo trabalho é reconhecido aquém e além-fronteiras – os projectos artísticos e de formação que desenvolve com as escolas da região e os espectáculos que afirmam a ruralidade como opção de sustentabilidade. O diálogo profícuo com os responsáveis da companhia levou à afirmação da necessidade de criar apoios específicos para projectos como este, iniciativas de enorme relevância para o desenvolvimento local, nem sempre reconhecidas. 
Ainda na aldeia de Campo Benfeito, houve oportunidade para conhecer a Cooperativa Capuchinhas, que procura manter viva a arte tradicional de tecer no tear o linho e a lã produzidos na região. Numa antiga escola do primeiro ciclo, quatro mulheres criam peças contemporâneas vendidas para todo o mundo, no âmbito de um projecto que há 30 anos luta, com sucesso, por manter povoada a aldeia, dando a conhecer as cores e os cheiros locais. Ouvindo as dificuldades vividas nesta aldeia, Edgar Silva reafirmou a importância de valorizar os recursos, a riqueza de vida e as potencialidades do Interior. Falou da morte social que ocorre sempre que serviços públicos são encerrados e do compromisso desta candidatura em preservar a proximidade e a qualidade desses serviços.

Defesa do comércio tradicional

Ao fim do dia, Edgar Silva, acompanhado por um enorme grupo de apoiantes, esteve em contacto com a população de Viseu, numa acção em que, mais uma vez, ficou patente a simpatia pela candidatura. Percorrendo as ruas do centro histórico, o candidato que «não tem vergonha de ser de esquerda» ouviu atentamente as queixas dos comerciantes ali instalados, apontou o dedo a opções políticas locais que têm privilegiado a abertura de grandes superfícies comerciais na periferia da cidade, em detrimento do comércio tradicional e incentivando o despovoamento do centro histórico. Edgar Silva reafirmou a necessidade de desenvolver políticas de protecção à produção nacional, aos pequenos e médios empresários, bem como o aumento dos salários e das pensões, para dinamizar a economia.

Justas reivindicações dos mineiros

A concluir a jornada, o candidato comunista participou numa sessão pública na Casa do Pessoal das Minas da Urgeiriça (Nelas), onde, mais uma vez, os apoios surgiram em declarações espontâneas, calorosas e de grande riqueza humana. Numa sala cheia, falou-se da necessidade de responder às reivindicações dos ex-trabalhadores das minas de urânio – uma luta que o PCP tem acompanhado desde a primeira hora e à qual os sucessivos governos não têm dado a resposta merecida. Recentemente, o PCP voltou apresentar na Assembleia da República um projecto de lei que contempla estas justas reivindicações: nomeadamente as indemnizações a que mineiros e seus familiares têm direito. Edgar Silva assumiu o compromisso de manter esta luta na agenda da candidatura.

Cumprir a Constituição,
defender os trabalhadores

No regresso ao distrito de Aveiro, dia 18, Edgar Silva contactou com populações, trabalhadores e instituições de vários concelhos. Tal como no dia anterior, em Viseu, relevou a imperiosa necessidade de romper com as políticas de direita que têm empobrecido o País, de continuar a abrir o caminho da esperança e de defender os valores de Abril, apelando à mobilização em torno da sua candidatura, a única candidatura capaz de cumprir e fazer cumprir a Constituição.
Edgar Silva começou por participar numa acção de contacto com trabalhadores às portas da ECCO, em Santa Maria da Feira, em que muitos dos trabalhadores expressaram simpatia pela candidatura e outros se mostraram identificados com ela. Nas conversas surgidas, ficaram patentes testemunhos da grave situação social que atinge grande parte da população.
Com Miguel Viegas, deputado comunista no Parlamento Europeu oriundo do distrito de Aveiro, a comitiva seguiu para Esmoriz (Ovar), onde contactou com a dura realidade e as profundas injustiças vividas pelos pescadores – de Ovar e de todo o País. Se estas decorrem de uma actividade já por si bastante exigente e perigosa, vêem-se agravadas pela política de submissão aos interesses estrangeiros que os sucessivos governos vêm praticando. O candidato comunista sublinhou a necessidade do cumprimento da Constituição para garantir o apoio e protecção desta actividade e dos seus trabalhadores, num País e num distrito em que as condições naturais permitiriam que esta fosse uma fonte de prosperidade.
Passando a integrar o mandatário distrital da candidatura, Francisco Gonçalves, a comitiva seguiu então para o Hospital Visconde de Salreu, em Estarreja, onde contactou com trabalhadores e utentes, e levou a cabo um encontro com a administração do CHBV e uma breve visita às instalações. Nesta acção dupla, Edgar Silva salientou a necessidade de proteger o carácter público das estruturas de Saúde, e de as valorizar, interrompendo assim a sangria de meios e valências dos últimos anos – de que este equipamento é, aliás, um exemplo.

Envolvimento de todos

Ainda em Estarreja, teve lugar o jantar-comício que, com muito entusiasmo, pôs fim à intensa jornada aveirense. No salão da Banda Visconde de Salreu, centenas de apoiantes confraternizaram com o candidato à Presidência da República e ouviram as intervenções dos mandatários distrital e concelhio da candidatura, Francisco Gonçalves e Joaquim Mesquita, respectivamente, e o próprio Edgar Silva.
Na sua alocução, este sublinhou a necessidade de Portugal ter um Presidente da República capaz de defender, cumprir e fazer cumprir a Constituição – algo que nunca se passou plenamente e que nos últimos 10 anos foi particularmente contrariado, como atesta o elevado número de chumbos do Tribunal Constitucional a diplomas promulgados por Cavaco Silva.
Para que tal se concretize, é fundamental derrotar a candidatura da direita, protagonizada por Marcelo Rebelo de Sousa. Uma candidatura – disse – que se apresenta como vencedora à partida, fazendo lembrar os tempos em que não havia democracia em Portugal e que conta com o apoio de boa parte dos protagonistas do desastre nacional a que o País chegou nos últimos anos, incluindo Passos Coelho e Paulo Portas.
Em jeito de conclusão, Edgar Silva apelou ao envolvimento de todos na batalha pelo futuro do País e pela democracia, mobilizando-se para derrotar a direita e garantir um bom resultado para a única candidatura que, sem hesitações, é capaz de assegurar o cumprimento da Constituição.